terça-feira, 30 de novembro de 2010

Livro de Cabeceira.

Sem duvida alguma o melhor livro que eu Já li na vida é Morangos Mofados de Caio Fernando Abreu! Acho que todas as pessoas deveriam ler, é aquele tipo de livro que te faz viajar! Você entra dentro dele, e se imagina em cada capitulo, em cada estrofe! Tudo que Caio escreve é realmente maravilhoso! Deuso! Todas as citações são absurdamente perfeitas! De tirar o fôlego! De te dar vontade de cortar os pulsos! é uma literatura que dói, acho que de todos os escritores Caio é o que mais se permitiu sangrar, afinal, escrever era isso pra ele, permitir tirar do fundo da alma, do fundo do poço aquilo que te mais doia e traduzir em palavras;
Morangos mofados é talvez o melhor e mais vendido livro de Caio. Ele que possui uma percepção para tratar  da essência do ser humano, do mais profundo do profundo.
Dor, busca continua, fracassos, o amor, encontros, esperança, tudo isso recheia cada conto dos 20 contos encontrado no livro, divido em O mofo, Os morangos, e Morangos Mofados!
Um dos meus trechos preferidos no livro, se encontra em Natureza Viva em Os Morangos:


"(...)as pessoas, infelizmente têm, temos, essa coisa, emoções, mas te deténs, infelizmente? o outro talvez perguntaria por que infelizmente? então dirás rápido, para não desviar-te demasiado do que estabeleceste, qualquer coisa como seria tão bom se pudéssemos nos relacionar sem que nenhum dos dois esperasse absolutamente nada, mas infelizmente, insistirás, infelizmente nós, a gente, as pessoas, têm, temos - emoções. Meditarias: as pessoas falam coisas, e por trás do que falam há o que sentem, e por trás do que sentem há o que são e nem sempre se mostra. Há os níveis-não-formulados, camadas imperceptíveis, fantasias que nem sempre controlamos, expectativas que quase nunca se cumprem, e sobretudo emoções. Que nem se mostra. Por tudo isso, infelizmente, repetirás, insistirás, completamente desesperado, e teu único apoio seria a mão estendida que, passo a passo, raciocinas com penosa lucidez, através de cada palavra estarás quem sabe afastando para sempre. Mas já não sou capaz de me calar, talvez dirás então, descontrolado, e um pouco mais dramático, porque meu silêncio já não é uma omissão, mas uma mentira. O outro te olhará com seus olhos vazios, não entendendo que teu ritmo acompanharia o desenrolar de uma paisagem interna, absolutamente não-verbalizável, desenhada traço a traço em cada minuto dos vários dias e tantas noites de todos aqueles meses anteriores, recuando até a data, maldita ou bendita, ainda não ousaste definir, em que pela primeira vez o círculo magnético da existência de um, por acaso banal ou pura magia, interceptou o círculo do outro."




São vários os livros de Caio que eu gostaria de falar, e colocar no "Livro de Cabeceira". Para esse primeiro post sobre livros, não poderia escolher nenhum outro escritor, nenhum outro livro, Caio em todos os momentos me faz ter uma fé enorme, uma fé que me faz acreditar em tudo. Espero que ao ler Caio, vocês sintam o mesmo que eu sinto. A mesma fé. O mesmo encanto.



Beijos beijos!

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